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Conheça o exame que ajuda no diagnóstico mais preciso do câncer de próstata

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os homens e, se formos levar em conta todos os tipos de câncer, é o quarto mais comum. Costuma aparecer em homens já na terceira idade (¾ dos casos mundiais ocorrem em homens com mais de 65 anos).

Devido à sua grande incidência, a tecnologia na área de saúde tem investido muitos esforços no diagnóstico dessa patologia. Afinal de contas, quanto antes for detectada, maior será o sucesso do tratamento. Uma dessas inovações tecnológicas é a ressonância magnética multiparamétrica.

Vamos agora conhecer um pouco mais sobre o câncer de próstata, quais são os métodos de diagnóstico por imagem existentes e como funciona esse novo tipo de ressonância magnética.

O que é câncer de próstata?
Assim como qualquer outro tipo de câncer, as células começam a se multiplicar com erro, dando origem ao tumor. Nesse caso, as células em questão localizam-se na próstata, uma glândula que faz parte do aparelho reprodutor masculino. Normalmente, esse tipo de câncer se desenvolve de forma lenta e, por isso, pacientes que morrem com mais de 80 anos, muitas vezes, nem chegam a descobrir que possuem a doença.

O principal fator de risco é a idade, assim sendo, quando mais anos a pessoa tem, maiores são as chances dela desenvolver a doença. É bastante comum em homens com mais de 50 anos, sendo raro nos que possuem menos de 45, mas pode acontecer. Outro fatores de risco são:

• alimentação;
• genética;
• agente laranja (substância utilizada durante a Guerra do Vietnã);
• DSTs;
• obesidade;
• medicação;
• enzima PRSS3 (deixa as células mais propensas à metástase).

Como o câncer de próstata é diagnosticado e avaliado?
Por ser, na maior parte dos casos, uma doença indolente, o diagnóstico do câncer de próstata não é baseado em sintomas. Além disso, o crescimento da próstata também não é necessariamente sinal de câncer, como a maioria das pessoas costuma pensar.

Na verdade, é considerado normal o aumento da próstata em homens mais idosos, o que chamamos de crescimento benigno da próstata. Neste caso, os sintomas mais comuns são a dificuldade miccional, maior frequência urinária durante o dia ou à noite, sensação de mau esvaziamento da bexiga durante as micções e etc.

Para fazer o diagnóstico do câncer de próstata, são utilizados métodos clínicos e laboratoriais de rotina. São eles: a dosagem do antígeno prostático específico (PSA), por meio de um exame de sangue, e o toque retal, um procedimento indolor e rápido, por meio do qual se verifica a presença de anormalidades na próstata, como nódulos ou áreas endurecidas.

Além disso, para ter uma avaliação mais precisa, podemos utilizar a ultrassonografia da próstata, que pode ser feita de duas maneiras: por via abdominal e por via transrretal. Por via abdominal, o paciente mantém a bexiga cheia para que se possa observar alterações na próstata, bexiga e vesículas seminais. Este é um exame simples e não-invasivo, que demonstra de forma adequada o volume da próstata. Também permite a avaliação da capacidade do indivíduo de esvaziar a bexiga e o volume de resíduo pós-miccional. Tais métodos não demonstram a existência do câncer de próstata. Porém, são necessários para verificar se há alguma alteração na glândula.

A partir daí, quando os exames apresentam elevação de PSA, toque retal alterado ou suspeitas de anormalidades pela ultrassonografia abdominal, é importante proceder a uma investigação mais precisa, de modo a obter um diagnóstico mais conclusivo.

Nesse caso, temos a ultrassonografia transretal, um método extremamente eficiente que visa detectar tumores pequenos ou que estejam localizados em áreas da próstata não alcançadas em outros métodos diagnósticos. Confirmada a lesão, a opção é a realização da biópsia prostática, que consiste na retirada de uma amostra de tecido de várias partes da próstata, de modo a indicar a presença (ou não) de células tumorais, bem como em qual estágio a doença se encontra. Esse exame é dirigido por ultrassom, que é introduzido no reto para retirada, em geral, de 12 fragmentos da próstata.

Para garantir maior comodidade aos pacientes, no Instituto de Radiologia, todas as biópsias são realizadas com sedação e em ambiente hospitalar, de forma que o paciente não sente desconforto endorretal durante o exame.

Inovações Diagnósticas

(Ressonância magnética multiparamétrica da próstata)

Quando se fala em câncer de próstata, é importante também ressaltar que hoje a medicina conta com métodos diagnósticos sofisticados para a detecção de tumores ainda bem pequenos, que, na maioria das vezes, provocam manifestação bioquímica (aumento de PSA), mas não geram manifestação morfológica e não aparecem na biópsia.

Considerado um dos métodos mais modernos e de alta precisão no diagnóstico do câncer de próstata, o exame captura as imagens por meio de um campo magnético muito potente, oferecendo grande segurança diagnóstica e qualidade superior de imagem. É um exame simples, indolor e inofensivo, que não apresenta efeitos colaterais ou maior desconforto aos pacientes, sendo realizado em equipamentos de no mínimo 1,5 Tesla.

A ressonância magnética multiparamétrica da próstata oferece uma melhor precisão ao diagnóstico, algo que os especialistas ainda sentiam falta. É uma combinação de técnicas: são imagens em alta resolução de última geração, utilizando tanto a avaliação de imagens anatómicas, com sequências volumétricas, e a análise funcional, com o uso das sequências de difusão das moléculas de água e o estudo dinâmico com administração de meio de contraste intravenoso, também conhecido como perfusão. Com essa associação, é possível identificar se há ou não o desenvolvimento do câncer de próstata, determinar a agressividade da patologia e a localização da lesão. Esse tipo de exame também ajuda na escolha das opções de tratamento, orienta novas biópsias e monitora a resposta do corpo à terapia.

Quando se associam as técnicas de difusão e perfusão, a ressonância magnética multiparamétrica da próstata, torna-se mais sensível e específica para localizar e identificar a lesão, bem como para estimar sua agressividade, em comparação com as imagens anatômicas, que apresentam boa sensibilidade, porém baixa especificidade.

Confira a seguir algumas das indicações da ressonância magnética multiparamétrica:

  • Diagnóstico e estadiamento do câncer de próstata
  • Auxílio na escolha entre as várias opções de tratamento
  • Monitoração da resposta a terapias focais
  • Investigação de recidivas locais
  • Orientação de novas biópsias em pacientes
  • Orientação de novas biópsias com forte suspeita de câncer e com biópsias prostáticas pregressas negativas

Vale lembrar que, além da ressonância magnética multiparamétrica, o Instituto de Radiologia também realiza ultrassonografia da próstata, assim como biópsias com sedação, oferecendo estas modalidades de exame em suas unidades.

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